Mons. Luigi Molinari

 

UM DOM

para os consagrados ao meu Imaculado Coração

 

Uma comunicação da Santíssima Virgem Maria
permanecida em segredo durante quarenta anos.

 

Apresentação à edição em português

 

Esta pequena publicação contém a história de uma Medalha prodigiosa que a Virgem Maria quis fazer dom aos filhos que são a alegria do seu Coração porque A amam e vivem, na prática, a Consagração ao seu Imaculado Coração.

Foi a Virgem Maria, em uma aparição a uma religiosa clarissa, quem indicou o modelo e pediu para cunhar tal medalha. Isto aconteceu muitos anos mais tarde porque satanás se opôs com todas as forças, prevendo que o dom de Nossa Senhora faria grande bem às almas e promoveria a glória de Deus.

A religiosa escolhida pela Virgem Maria para esta importante missão foi a Irmã Clara Scarabelli, nascida em um pequeno povoado de Genepreto, província de Piacenza, Itália, em 29 de março de 1912 e falecida no dia 29 de janeiro de 1994, após viver 63 anos na clausura.

O inesquecível cardeal Silvio Oddi escreveu a respeito dela: "Madre Clara, da Ordem das Clarissas é, sem dúvida, uma alma privilegiada que, correspondendo à superabundante graça divina e guiada pela mão da Virgem Maria, a quem confidencialmente ela chama de "Mãe" e, segundo minha convicção pessoal, alcançou o cume da santidade".

Fazemos votos de que a heroicidade de suas virtudes seja, um dia, proclamada pela autoridade da Igreja. No momento estamos recolhendo depoimentos que possibilitem sua causa de beatificação.

 

Que ela mesma nos conte a história do dom que a Mãe Celeste quis conceder a todos os filhos que A amam e vivem a consagração ao seu Imaculado Coração.

 

Mons. Luigi Molinari

 

 

Dom da Mãe

 

Obrigado, Mãe, por este teu dom de amor,

obrigado por teres demonstrado que te agradou

a nossa Consagração ao teu Imaculado Coração.

 

Não Te canses de pedir aos homens

que confiem plenamente em Ti;

aos teus consagrados queres demonstrar

que permaneces perto deles, abençoando‑os,

na certeza de que com tua ajuda serão

para os outros, exemplo luminoso.

 

Através deste dom

Queres demonstrar teu apoio;

a nos compete viver,

autenticamente, a Consagração que fizemos.

 

Sim, queremos fazer nossas

as palavras de Irmã Clara:

 

"Meu Pai, bondoso e muito amado,

eis‑me inteiramente tua

com infinita confiança,

porque és o meu Pai

infinitamente misericordioso,

que me ama

apesar da minha pequenez e do meu nada...

Estou no Coração de Maria, tua Filha predileta,

Mãe de Jesus e também minha Mãe...

Que Ela Te ame em mim, comigo, por mim,

Assim seja".

 

 

APRESENTAÇÃO

 

Esta pequena publicação pretende tornar conhecido um evento acontecido nos anos 1950‑1953, que permaneceu no silêncio durante quase quarenta anos, mas, finalmente, como a Santíssima Virgem havia prometido à Vidente, tornou‑se de domínio publico, hà dez anos.

Motiva‑nos, o desejo de cumprir um pedido da Santíssima Virgem, de torna‑lo conhecido em larga escala, embora de modo sintético, dado sua importância verdadeiramente relevante, já que o maligno tudo tem feito para impedir‑lhe a difusão como veremos mais adiante.

A protagonista deste acontecimento é uma monja clarissa, Irmã Clara Scarabelli, nascida no dia 29 de março de 1912, em Genepreto, pequeno povoado no vale do rio Tidone, em Piacenza, Itália, e falecida no dia 29 de janeiro de 1994 no novo Mosteiro, inaugurado poucos meses antes de sua morte, na localidade de São Silvestre de Curtatone (Mântua).

Irmã Clara viveu, durante quase sessenta anos, no Mosteiro de Santa Clara, na Praça Roma em Veneza onde aconteceram os fatos extraordinários narrados neste opúsculo. (1)

Esta humilde clarissa escondeu no ordinário o extraordinário e revestiu de normalidade a heroicidade, a tal ponto de nem as co-irmãs, com as quais conviveu por mais de sessenta e dois anos, suspeitarem de que nela acontecia algo diferente.

Até agora não conseguem compreender como, naquela irmã, que parecia igual a elas em tudo, se ocultasse um mistério de graça excepcional.

Para compreender tudo isso, é necessário levar em conta a expressão com que Ir. Clara concluía suas oferendas mais heróicas: "Que ninguém saiba... Percebido somente por Ti e pela Mãe". (2)

Em 1950, enquanto estava em adoração noturna, (o que praticou cada noite por mais de sessenta anos, das 23:00 às 02:00), a Virgem Maria, aparecendo‑lhe, confiou‑lhe uma missão, cuja historia resumimos neste opúsculo, servindo‑nos da narração que ela mesma escreveu, a pedido do Sacerdote que acompanhou seu caminho espiritual no ultimo período de sua vida.

Essa experiência mística está relacionada com o pedido feito pela Virgem Maria à Igreja nas aparições de Fátima, de consagrar o gênero humano ao seu Imaculado Coração.

Maria escolheu para essa missão um instrumento que foi também modelo vivo de consagração mariana.

A relação desta humilde clarissa com a Virgem Maria que ela, com simplicidade, chamava "a Mãe", foi de tal intensidade e riqueza, que dificilmente poder­-se‑ia imaginar algo mais profundo.

É difícil sintetizar neste pequeno trabalho uma existência aberta incondicionalmente à acolhida de Maria como mãe e, em cujo Coração fez sua estável morada, desde os primeiros anos de sua adolescência.

Para Ir. Clara, "estar no Coração da Mãe" significava viver única e exclusivamente do que havia naquele Coração.

De Maria encarnou, em sua existência, a fé, o abandono, a docilidade a vontade de Deus, etc.

O Papa Paulo VI afirma na Marialis Cultus: "Tudo, na Virgem Maria, está relacionado com Cristo e tudo depende d'Ele..." (cf. n. 25).

Esta afirmação encontra admirável correspondência na experiência de Ir. Clara, que em Maria e por Maria relaciona‑se com Jesus de maneira inacreditável.

Embora ame Jesus apaixonadamente, existe em seu coração o que ela chama de "martírio do amor", um fogo que lhe queima por dentro e a faz sofrer terrivelmente porque não O ama como desejaria ama‑Lo. Tal martírio só terminará no fim de sua vida quando descobre que O ama com o coração da Mãe.

Aos que pediram para sentar‑se à direita e à esquerda de Jesus, Ele perguntou: "Podeis beber o cálice que eu vou beber? ".

Irmã Clara, movida pelo espirito da Virgem Maria, pediu com insistência, como graça, beber o cálice de Jesus, não por um primado de honra, mas pelo primado de puro amor: "Que eu seja a última em tudo, mas a primeira no amor".

Jesus, para nos salvar, aceitou morrer na cruz e Maria, sua Mãe, viveu no seu coração, aos pés da cruz, a morte de seu Filho. Irmã Clara, impelida pelo exemplo da Mãe, pediu para unir sua vida, como holocausto, ao único sacrifício salvífico de Cristo, para a salvação de todas as almas.

No Calvário tudo foi consumado na proclamação da maternidade universal de Maria: "Mulher, eis teu Filho...". Este mistério inefável de amor, Maria quis reproduzir no coração de sua pequena filha, comprometendo‑a a pedir a salvação de todas as almas com uma oração que se tornou como que a respiração de sua alma: "Que todos, todos sejam salvos, que nenhum dos meus irmãos pecadores se perca... ".

Concluindo, Irmã Clara viveu sua consagração mariana na consigna dócil, total e incondicional de sua existência à Mãe Celeste para ser uma epifania do seu "Sim" materno.

A esta altura, deixamos que ela conte a historia do dom que a Mãe celeste quis conceder a todos os seus queridos filhos que A amam e vivem a consagração feita ao seu Coração.